A mineradora canadense Aura fez a sua estreia na bolsa brasileira na segunda-feira, 6, e, com isso, os seus recibos de ações (chamados de BDRs) passam a ser negociados com o símbolo AURA32. A oferta de 790 milhões de reais seguiu o modelo de esforço restritos que tem menos etapas de análise.
Listada na Toronto Stock Exchange, a mineradora tem foco na exploração de ouro, cobre e metais nas Américas. No primeiro trimestre, a companhia teve uma receita líquida de 48,6 milhões de dólares ante 36,2 bilhões de dólares no mesmo período do ano passado. Apesar do avanço no faturamento, a mineradora aumentou seu prejuízo de 4,7 milhões de dólares para 17,7 milhões de dólares nos primeiros três meses de 2020, de acordo com balanço não auditado.
Entre os motivos estão, a desvalorização de 29% tanto da moeda brasileira quanto do peso mexicano entre 31 de dezembro e fim de março, o que impactou os resultados das subsidiárias. Além disso, enquanto o ouro subiu 6,2% no primeiro trimestre de 2020 (de 1.514,75 dólares para 1.608,95 dólares), o cobre caiu no mesmo período.
“As premissas utilizadas pela companhia, como preços futuros de metais, taxas de câmbio, taxas de desconto e outras premissas-chave nas avaliações de impairment estão sujeitas a uma maior incerteza, dadas as condições econômicas atuais”, escreveu a companhia em seu resultado financeiro.
A companhia tem três campos em operação e juntos mineraram 1,53 milhão de toneladas no primeiro trimestre, um avanço em relação ao mesmo período do ano passado. São eles: a mina de ouro de San Andres de lixiviação a céu aberto, localizada em Honduras e o Projeto Ernesto / Pau-a-Pique localizado no sudoeste de Mato Grosso, que consiste nos seguintes depósitos de ouro: Lavrinha que é um poço aberto, a mina a céu aberto de Ernesto, a mina subterrânea de Pau-a-Pique, a mina a céu aberto de Japonês e as perspectivas de mina a céu aberto de Nosde e Bananal. Além deles, a Aura tem a mina de cobre de Aranzazu, uma operação subterrânea de cobre que também produz ouro como subproduto, localizado no município de Concepcion del Oro, no México.
No fim de março, a Aura também adquiriu o projeto Gold Road Project, uma mina de ouro subterrânea, localizada no histórico distrito de mineração de Oatman, no norte do Arizona, nos Estados Unidos.
“A Aura está trabalhando para ser uma das empresas mais bem geridas do seu setor. Para nós, estarmos listados também no Brasil é parte desse objetivo”, comentou Rodrigo Barbosa, CEO da Aura, em seu discurso antes do toque de campainha. “O ouro é um ativo de reserva de valor, especialmente em momentos de alta volatilidade como o que estamos vivendo. Estamos muito felizes em oferecer aos investidores brasileiros uma alternativa de investimento com essas características, além de ser dolarizada, anticíclica e, claro, de dividendos”, afirmou, em nota.
Com a oferta da Aura na B3, a bolsa passa a ter cinco BDRs patrocinados listados: Biotoscana Investments, GP Investments, PPLA Participations e Wilson Sons. “O fato de uma empresa estrangeira com atuação num setor tão estratégico realizar seu IPO no Brasil em um momento como agora diz muito. Para nós isso é também um singelo lembrete de que não podemos parar diante das adversidades e que é também nos momentos mais desafiadores que encontramos oportunidades”, comentou Gilson Finkelsztain, presidente da B3, em nota. “Esse fluxo de ofertas para atender essa demanda por novos ativos segue muito forte no Brasil. Os investidores, sejam brasileiros ou estrangeiros, seguem atentos em busca de boas oportunidades”, complementou.